Recentemente me solicitaram material sobre evangelização de povos indígenas, para ajudar uma pessoa que iria trabalhar com um povo indígena.
Então pensei, quais materiais poderia mandar? O assunto é complexo e tem que estudar varias areas pra conseguir ter uma compressão melhor.
Por isso, decidi escrever este texto por ser um assunto delicado e complexo, o qual dividirei em 3 pontos finalizando com o quarto em resumo, com algumas sugestões de material pra estudar.
1) Tive o privilégio de levar vários indígenas à Jesus, o que causou uma mudança incrível. A simplicidade do evangelho é algo inexplicável e quando o Espírito Santo manifesta sua presença, ela se torna real para a pessoa. Para chegar nesse ponto leva-se muitos anos, sendo que, no meu caso, foram 50 anos ou mais! É uma pena que muitas pessoas não tenham a paciência e queiram as coisas imediatas, querendo gerar fruto rápido, de fato querem mostrar os frutos para suas igrejas e essas pessoas priorizam a quantidade em detrimento da qualidade.
2) Talvez você esteja se questionando se eles estão morrendo e indo para o inferno e morrendo sem a esperança de conhecer Jesus!
Com muita frequência encontro essa urgência e é necessário se apressar. Isso me deixa preocupado pois já vi os danos e devastação causada por falta do entendimento e compreensão de querer levar o evangelho. Lembre-se do que Jesus fala sobre um homem que foi liberto de um demônio. Este procurou lugar para pousar e não achando voltou com mais 7, tornando o estado dessa pessoa pior do que antes de ser liberto pela primeira vez. Fica até o final que vou te ensinar um método que funcionará em qualquer lugar do mundo, até mesmo com seus parentes que não conhecem Jesus.
Tive uma conversa interessante com um do nossos alunos da Escola ATOS Online onde o mesmo estava preocupado com a realidade e a vida dessas pessoas em uma comunidade indígena. Vim aconselhando sobre ter o cuidado de não divulgar que está indo para “Evangelizar” nós do Ação Curumim temos zelado em tomar cuidado no uso desses termos “evangelismo”, estarei explicando no próximo ponto.
Essa aluna expressou o desespero de ver a comunidade sofrer em tantos aspectos, como emocional, espiritual, mental e físico. Então fiz a seguinte pergunta: “Como você se sentiria caso nunca apresentasse Jesus para eles?” Ela respondeu, ” ficaria muito triste.” E perguntei, “Como você se sentiria se seus filhos ou netos levasse eles a conhecerem Jesus?” Ela respondeu, “Ficaria muito feliz!”.
O trabalho transcultural é longo e complexo por conta da diferença na língua, cultura e convivência que é muito diferente que a nossa. A única forma de conseguir estreitar essa lacuna é o Relacionamento, esse é o quarto ponto que vamos falar, mas vamos para o ponto três.
3) Muitos não sabem ou compreendem o tamanho dos danos que foram causados através da mobilização de “Evangelismo”, eu não tenho medo de falar de assuntos delicados, mas assuntos assim tem que ser abordados para entender melhor como podemos alcançar todas as tribos, povos e nações do mundo. Muitos preferem evitar assuntos que não entendem ou não sabem dominar. Peço que me ouçam e estude você mesmo esse assunto. Só pq estou falando desse assunto não quer dizer que sou contra o Evangelho e Evangelismo, eu creio com todo meu coração esse é o caminho verdadeiro!
A imposição de uma cultura dominante veio com os colonizadores, a “Colonização” trouxe muita tristeza para os povos Indígenas e muito disso foi feito em nome de Deus, o converter os ‘pagãos’ para Cristo. O incentivo de fazer o índio parte da sociedade foi uma tentativa muito errada no mundo inteiro. A instituição do cristianismo tinha sua agenda política, e foi tão forte que não conseguiríamos saber qual era o verdadeiro cristianismo da agenda política. Isso aconteceu em 400 d.C quando o cristianismo foi adotado a religião principal do império, a propagação do Evangelho tem uma história que vai além da nossas vidas nesse momento atual.
Mais uma vez quero deixar claro, não sou contra pessoas conhecer Jesus e abraçar a mensagem da Palavra de Deus, mas sim, estou preocupado dos danos que são causados por uma urgência sem entendimento que vou tratar no quarto ponto. Esse assunto de ponto três é muito complexo e tenho medo que não consegui abordar de um modo claro. Mas prefiro deixar mais perguntas do que respostas para você fazer sua própria busca, a melhor forma é ouvir dos próprios povos Indígenas e gerar um relacionamento com eles.
4) Esse ponto é o último e é a chave de tudo, Relacionamento. Cada pessoa é um ser humano, gosta de rir, conhecer pessoas novas, trocar experiências e passar tempo juntos. No meu tempo crescendo na aldeia nos envolvemos na vida da comunidade, plantamos uma roça, íamos nas roças deles para ajudar, meus pais cuidava das necessidades deles e atendia no que podia. Chamava eles pelo nome na língua, passava horas com eles. Depois de 30 anos se deu início de uma igreja, nesse tempo fui apresentando alguns para Jesus, a experiência foi espetacular! Ver nos olhos essa alegria que transbordou no rosto deles foi algo inexplicável!
Ao passar dos anos tinha esquecido que eu levava eles para conhecer Jesus, e nesses dias comecei a lembrar e como meu coração encheu- se de alegria. Meus avós vieram ao Brasil justamente para alcançar os povos Indígenas preparam o solo, meus pais plantaram os sementes e eu vi elas nascerem.
Não podemos colocar ‘Evangelismo’ como prioridade, olhando de 1952 quando meus avós pisaram os pés aqui no Brasil para 2022 no dia de hoje, posso afirmar que o caminho para Evangelismo é simples e deve ser abordado dessa maneira, 1) Preparar o solo, dando início aos primeiros contatos, gerando um relacionamento com a comunidade 2) Plantar os sementes, compartilhando da palavra de Deus, através um estudo bíblico, contando histórias de Jesus e a Palavra Dele no caminhar é dia após dia, deixando as sementes caírem onde devem cair, solo fértil 3) regar as sementes, com o passar dos anos continuar dando água para as sementes, dando possibilidades delas crescerem com vida, e por último 4) Deixa uma igreja nascer por conta própria.
É complexo trabalhar com os povos Indígenas, pois além de entender a língua, cultura precisa haver uma convivência pra poder levar a eles uma introdução de um Jesus que eles vão entender e compreender, não um Jesus da cultura do homem branco, não Indígena. Jesus era uma pessoa de uma cultura tribal. Tem muita coisa que não entendemos porque a cultura de Jesus era diferente. Paulo contextualizou para nossa realidade ocidental, agora temos que traduzir ela de volta para o contexto tribal. Isso leva tempo, pois é preciso aprender sobre eles e no meio do caminho não esquecer que o relacionamento é a prioridade!
Quero convidar todos para conhecer a Escola ATOS Online, é uma plataforma onde os professores e os materiais de suporte lhe ajudará a entender melhor o trabalho com os povos Indígenas. Associação Apoio às Três Ondas vem para trabalhar nesse sentido, alcançar os povos Indígenas fortalecendo a primeira, segunda e terceira onda missionária.
Em Agosto vamos ter nossa terceira Escola Online de 6 semanas e convidamos você a fazer parte! Você receberá aulas pré – gravadas e aulas ao vivo com professores que são Indígenas e não Indígenas, mas que trabalham no campo missionário de 10, 20 e mais de 30 anos!
Respondendo a pergunta principal do material de Evangelização dos Povos Indígenas, no meu conhecimento não tem material completo é um série de assuntos que não cabe num livro só, vou indicar alguns e na sua caminhada você vai entender melhor qual caminho deve tomar.
Uma coisa que tem que levar em consideração, vc está alcançado é um povo que fala sua língua nativa ainda, é necessário fazer um curso 1) linguístico (caso ainda existe a fala nativo deles), outro curso é 2) antropologia missionária, muito importante o estudo para entender o comportamento, 3) teologia é essencial para saber apresentar o evangelho puro, 4) missiologia e 5) batalha espiritual. Além disso outro assunto importante é os cuidados dos missionários e sua família, eles são soldados que estão indo para o campo de batalha espiritual e se não souber lidar com as questões culturais e espirituais podem morrerem por dentro e assim perder mais um guerreiro de Jesus.
Nossa Escola de 6 semanas trás uma abordagem geral, uma introdução de cada assunto citado a cima, espero ver você na próxima escola!
Escrito por Denis Bailey: Diretor da Associção Apoio às Três Ondas, terceira geração missionário.
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É dessa forma meamo, muitas das vezes a pressa faz é atrapalhar o processo.